Chamado de “Plano CNT”, documento aponta o valor como necessário para a adoção do transporte multimodal e para a melhoria dos serviços logísticos no Brasil
Os gastos com transporte representam uma grande parte das despesas de logística na maioria das empresas. Para que os custos ao consumidor final e às companhias sejam mais justos, uma melhor estratégia para garantir que a mercadoria chegue ao destino final em plenas condições e na hora combinada é essencial. Com essa proposta, o transporte multimodal surge como uma alternativa para que as empresas tenham uma melhor atuação e prestação de serviço.
Mas para que a proposta de um contrato de transporte com a utilização de dois modais diferentes seja feito, melhorando o desempenho do setor, é preciso que o Brasil melhore a sua infraestrutura, onde, segundo o Plano CNT de Transporte e Logística, da Confederação Nacional do Transporte, o Brasil precisaria investir R$ 1,7 trilhão em transportes.
Segundo a professora de logística internacional da Unibra, Cândida Bomfim, o transporte multimodal é uma ferramenta importante a ser implementada por ligar grandes distâncias em curto espaço de tempo. “Esse tipo de transporte tem sua importância principalmente em longas distâncias ou de difícil acesso para que as cargas sejam entregues no destino gerando menor burocracia e preocupação devido às inspeções fiscais que ocorrem apenas na origem e destino final do transporte. Ele funciona com pelo menos dois tipos de modais com contrato único de transporte”, conta.
Com o seu extenso território, o Brasil poderia ser um bom exemplo para a atuação deste tipo de transporte, mas segundo Cândida, é preciso que o País melhore a prestação do serviço. “No Brasil, já vislumbramos o uso do multimodal principalmente nos portos brasileiros, sejam na exportação ou importação de produtos bem como transportes interestaduais em que se utilizam embarcações, dutos viários e rodoviários. O Brasil tem condições de melhorar a infraestrutura existente, tendo um maior investimento para melhoria das estradas, portos, entre outros para explorar esse tipo de transporte”, destacou a especialista.
Em Pernambuco, uma empresa que atua com um dos modais necessários para o tipo de transporte é a Agemar. Segundo o diretor executivo da empresa, Manoel Neto, uma das soluções que pode ajudar o transporte multimodal e desafogar as estradas brasileiras é a cabotagem, que só representa 11% da matriz de transportes do Brasil, e que o multimodal capta o melhor de cada tipo de transporte.